terça-feira, setembro 8

Vampire, Edvard Munch.

DEMÊNCIA



Não há motivo algum para sermos felizes

e mesmo assim somos

Apesar de!



O que salva o homem de si mesmo

é o grito:

uivo doente em forma de riso,

gargalhadas

por trás dos rostos partidos

que

ninguém vê

ninguém vê

ninguém vê...



A dor de mim e do outro

no picadeiro em forma de estradas -

muitos e muitos caminhos se cruzam,

vozes que passam,

sinos de despedida de hora em hora

em um mar de lápides

vê-se na sombra o seu próprio corpo morto

corpo, corpo, corpo!

Não quero ser corpo...



Roda! Roda! Roda!

Não há mais samba e a náusea cresce

embora a multidão peça o que foi busca:

êxtase do não-lugar, do não-eu, do não-sentir

no compasso da bateria.



Cabrocha rouca deslcaça

massa de carne

apagando o sorriso.



Quem irá ver a alma que cai em gotas

pela boca entreaberta do bêbado encostado ao muro?

Quem viu o espanto em mim?



Angélica Castilho

Rio de Janeiro, 08 de setembro de 2009.



Um comentário:

A.F.T disse...

Meu Deus *-*