AULA DE SEXTA
Uma moça com nome de flor guarda coisas do enxoval e as usa em uma rotina marital que não há. Rosa azul nos atos e no nome. Alma romântica, pois não? Mas e eu, meu Deus?! O que guardo ainda por não guardar coisa alguma? O que uso ainda com e nesse meu desapego pelo que não é utilitário, utilizável, último de nós? O que eu faço com essa imaterialidade que me assombra mais até do que os garfos da moça-botão-congelado usados casualmente nas refeições feitas no trabalho? E que nome eu dou ao vazio que psicanalista lacaniano algum ousaria investigar?
Angélica de Oliveira Castilho
Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2008.
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