domingo, janeiro 21

FRAGMENTADA

Cova rasa:
local de onde renascem meus desejos,
mergulho de minha alma e renascimento da mesma.

Cova rasa:
recorte em teu corpo firme
onde deposito frêmitos, urros.

Cova rasa:
espaço ainda inominado
evocado por mim,
brasa,
ponto de partida
de meu corpo viajante pelo teu,
eixo de mim
que prende meu gravitar –
voltas, revoltas, em volta,
volta, volta, volta!
desejo plastificado em não-lugar
em todos os lugares.

Cova rasa:
ombro,
que se ergue uno,
atraindo lábios, língua, dentes
em traduções incompletas de ardor.

Angélica Castilho

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2007.

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