segunda-feira, setembro 3

POEMA AO PRIMEIRO NAMORADO

Por nunca ter feito um poema,
Escrevo este assim meio sem jeito.
Já se passou tanto tempo
Que não lembro do cheiro nem do gosto,
Mas algo ficou, se a memória não me trai:
A textura da barba rala, da pele clara.
Ficou ainda a lembrança do nervosismo e do enjôo
Causados pelo primeiro beijo.

Hoje sinto ainda a falta de aconchego.
Está vivo o meu primeiro namorado?
Tudo já não é depois do que foi.
O meu primeiro namorado está morto.

Angélica de Oliveira Castilho
Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1999.

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