BOLA OITO FORA
Quem é que sabe o que fazer
quando o não-amor
tornar-se patente
diante dos olhos
na representação cabal
de um corpo estranho
ao próprio amor?
Para haver traição
É preciso número par,
Par desfeito em ímpar trio,
Trágico gozo de ódio e delírio.
É preciso ter um que ama
no dois em desencontro
gerando trindade
da carne em destroços.
No veludo verde,
não corre mais o riso,
tacos esparramam
o espasmo do uno
em indilacerável solidão.
As garrafas transbordam em convulsão:
o menino dentro do homem vivendo
com intensidade milenar
o desespero de desejar
o desejo do outro.
Angélica de Oliveira Castilho
Rio de Janeiro, 24 de maio de 2008.
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