sábado, maio 17

SOL DE OUTONO

Tive tanto, tanto, tanto medo que segui adiante como maratonista, como noiva que só enxerga a luz do altar. Tudo azul claro, a sala vazia, o corpo alongando. Desespero sendo derramado pelos olhos, pela respiração quase cortada. Tanto, tanto medo que a aparência era de calma estúpida. Tanto, tanto medo que não voltei atrás e descobri um tipo de beleza triste: debater-se em fúria acelera a morte. A luta é toda pra dentro. Sangue, músculos, ossos, consciência, intuição. E ter medo é muito bom!

Angélica de Oliveira Castilho
Rio de Janeiro, 17 de maio de 2008.

2 comentários:

Anônimo disse...

O último parágrafo da postagemn anterior é sobre sua poesia.

Angélica Castilho disse...

A última frase? Se for, não tinha visto por esse ângulo. Rs.